E agora José? Estamos em que pé?

Após uma breve apresentação do que seja essa tal de política, sua gênese e faceta maquiavélica, gostaria de escrever umas últimas linhas para que possamos encerrar o assunto, por enquanto. Cabe dizer que a filosofia política é um ramo muito extenso e é impossível em quatro textos apresentar as principais correntes e autores, minha intenção foi apenas introduzir a reflexão, espero ter conseguido.

Como último texto sobre política apresento, então, a estrutura geral da atual conjuntura. A mesma foi pensada, principalmente, por Montesquieu. Para ele o estado deveria estar dividido em três poderes independentes e colaborativos, sendo que um regularia a ação do outro, assim evitar-se-ia os abusos de poder e consequente dominação e geração de desigualdades sociais desumanas. Pensou em um poder de ação, o executivo (presidente, governador e prefeito), o poder que normatiza e fiscaliza as ações do executivo, o legislativo (senadores, deputados, vereadores) e um poder que regula ambos e também a sociedade como um todo, aquele que julga com imparcialidade política os fatos que ocorrem, o poder judiciário (juízes, promotores). Dessa forma o estado estaria organizado para ter o mínimo de abuso devido a regulação de um poder pelo outro, tendo um deles neutralidade política. Essa era a compreensão e o ideal de Montesquieu.

Em nossa sociedade influenciam filósofos políticos clássicos como John Locke, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, mais atualmente sociólogos como Augusto Comte, Sigmund Bauman e filósofos como Karl Marx e John Rawls, dentre muitos outros. Cada partido político busca seguir uma linha filosófica e sedimenta seus ideais a partir da mesma.

Creio que seja importante refletirmos no seguinte aspecto, a sociedade que temos é o ápice do desenvolvimento do pensamento e da técnica humana. O que temos agora como estado, como família, como sociedade, etc. é o melhor que pudemos construir até o momento, se não estamos satisfeitos podemos dizer com muita convicção, que bom que temos a possibilidade de mudança. Amanhã seremos melhores do que hoje, se assim o desejarmos. Na questão política, especificamente, se não estamos satisfeitos com a atual conjuntura, seja em sua organização, seja com seus agentes (os políticos), temos em nossas mãos a possibilidade de mudar e de construir a evolução que queremos. A democracia é o poder do povo diante do estado, mas só funciona quando os detentores do poder saem da sua zona de conforto e agem como promotores da mudança, quando buscamos conhecimento da realidade e transformamos o que é em aquilo que deve ser. Preciso dizer, até que nosso mundo é somente virtual, que nossa ação é egoísta e que nossa formação é novelística a mudança que tanto esperamos não virá, ou, se vier alguma mudança, será para pior.


Para concluir esta série deixo-vos uma frase que um dia ouvi de um colega de trabalho e que gostaria que pudesse levar todos nós a refletirmos acerca da importância da política e do nosso papel como agente político, a frase é a seguinte “o mal dos que não gostam de política é serem governados pelos que gostam”, desconheço o autor. Pensemos nisso.

Altemir Scwarz
Educador - Filosofia e Ensino Religioso
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