Neste final de semana recebi como
presente o livro de um amigo, uma figura que foi muito importante em um momento
de minha vida e que, pelas contingencias da mesma, há tempos não encontrava e,
pelo caminho não ter dono e nem exatidão nos passos, reencontrei com grande
surpresa e alegria e pude conhecer o fruto de seu trabalho e dedicação pelas
pessoas, para as pessoas e com as pessoas.
Ao abrir o livro me deparo com a
frase de Luís Fernando Veríssimo “Quando
achamos que temos
As questões existenciais motivam
o agir humano desde os primórdios, estão na gênese da mitologia, das religiões,
da filosofia e de todas as ciências humanas. Levam o homem a pensar sobre si e
sobre seu existir, mais ainda sobre o sentido do seu existir. Não há ser humano
que não se pergunte durante a vida: de onde veio, quem é e para onde vai. Um
dia ou outro essas perguntas nos atropelam na estrada da vida e nos convidam à
responde-las sob pena de não conseguir mais mover-se nessa difícil e
gratificante estrada do viver.
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É preciso ter uma meta, um objetivo, um sentido para viver. |
Lembro aqui do filósofo alemão
Friedrich Nietzsche que afirma que “aquele
que tem um porque para viver, pode enfrentar quase todos os COMOS”, mas
para se ter um porque é necessário se ter uma meta, um objetivo, um sentido
para viver a vida. Aquele que não encontrou ainda a motivação para viver, não
vai conseguir andar, pois sua própria existência se torna pesada e cansativa.
Vai colhendo o peso do isolamento e da solidão, acreditando que ninguém é digno
de conviver com ele. Não conseguirá deixar os erros cometidos por si e por
outros para trás, viverá sem objetivos próprios, será preso a um passado, com
extremas dificuldades de viver um presente e construir um futuro. Os COMOS que
a vida exige se tornarão fardos extremamente insuportáveis, o perdão não
acontecerá e a existência será um eterno fardo à si e à outros. Uma vida sem
objetivos, de curto, médio e longo prazo é uma vida sem graça. Mais ainda, uma
vida fundamentada em problemas passados torna-se uma total desgraça. Este que
assim decidiu viver quer ser forte para enfrentar a vida, mas está de costas
para o futuro e para o presente, encara somente aquilo que já foi, não vê
sentido nos COMOS e engana-se pensando serem os outros os responsáveis pela sua
falta de sentido, quando não muda seu rumo e direção, com vistas aos porquês.
A vida é uma caixa de surpresas e
muda as perguntas sempre que achamos ter as respostas. Como então encarar a
vida com sentido, dando-lhe sentido, em todos os momentos? Willian Shakespeare
me parece poder ajudar a encontrar uma possível resposta quando afirma que “Um dia você aprende que maturidade tem mais
a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas,
do que quantos aniversários você celebrou”. De nada adianta somar anos na
vida se não se aprende a viver em plenitude a experiência do existir que se
constrói. O caminho possível para uma vida com sentido é permitir que a vida
mude as perguntas sempre que julgar necessário e nós nos desafiarmos a buscar
novas respostas para as novas perguntas. Nem sempre respostas velhas podem ser
ajustadas a perguntas novas. Viver com sentido é encarar os COMOS, buscando
novas respostas e aprendendo com aquilo de bom e menos bom. Viver com sentido é
viver a eterna busca de dar sentido ao próprio existir, dando passos com vistas
ao infinito do futuro construído no presente, sem andar voltado para o passado.
Superando e amadurecendo com as perguntas surpresas que a existência sempre
fará. Meu obrigado a todos os que ajudam a vida a mudar as perguntas, minha
admiração a todos os que se permitem buscar novas respostas.
Altemir Schwarz
Educador - Filosofia e Ensino Religioso
Educador - Filosofia e Ensino Religioso